Depois da tosquia e lavagem da lã em Fafião, carpeei, cardei e fiei alguma lã com as mestras de Tourém. Era dia de S. Martinho, o Sr. Jaime ofereceu as castanhas no forno do povo de Tourém.
A tecedeira Maria Vila, enquanto a Sra. Maria Paneira dobava, urdiu a teia, numa tarde de risos e brincadeiras e muita partilha de saberes e dizeres.
A Sra. Maria do Padre de Mourilhe foi a Pitões das Júnias para enfiarmos a urdidura no tear e aí começámos a tecer. Era Dezembro de 2018. Depois o tear e eu fomos para Mourilhe, onde, sob o olhar da grande Mestra, fiei à noite para tecer durante o dia. De volta a Cabril com o tear, continuei a tecer, após o tear ser revisto pelo Mestre Fernando Rei. O Agostinho cardou a lã, a Dona Celeste fiava e eu tecia. Em Fevereiro de 2020 saiu a teia para o Pisão. Entregue nas mãos do pisoeiro, foi o tecido espalhado no gastalho. Pacientemente, o Sr. Francisco e o Luís Martins retificaram o Pisão velho vezes sem conta. A tarefa que deveria levar 2 dias, demorou 4. A semana passada, o burel voltou a Mourilhe, de volta às mãos da grande Mestra que o estendeu no chão e perante ele se ajoelhou para o medir, marcar e cortar.
E assim, Montalegre volta a ter burel 100% artesanal.
Para a foto, fui chamar a minha linda vizinha Sofia que vestiu a capa.
Este é um burel de entre montanhas: Gerês, Larouco, Barroso e Cabreira, feito com carinho e em homenagem ao Património Agrícola, Cultural, Natural e Humano. É com orgulho que agora o partilho convosco.
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