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Nasci em Lisboa. Sou filha de pai fadista, boémio, gingão e de uma linda senhora transmontana.
Sou a mistura dos dois. Adoro a vida urbana, o cinema, o teatro, a música, a universidade, os grandes museus, o sururu das cidades, mas é na vida rural que encontro a harmonia que preciso na minha vida.
Pela mão da minha avó materna conheci formas de saber fazer artesanais que sempre me despertaram curiosidade.
Os momentos felizes da minha infância foram passados em Cabril. As idas ao moinho, os caminhos percorridos, os sorrisos das pessoas, os cheiros, o ar puro, a água límpida, a simplicidade da vida, o cuidar dos animais... memórias que me fizeram regressar.
Sou uma eterna apaixonada pelas pessoas e pelos lugares.
Licenciei-me em Estudos Portugueses e Lusófonos pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Sou Master em Gestão de Projetos Culturais pela Universidad de Alcalá, Madrid.
Depois de um percurso profissional pelas artes do espetáculo, mudei o rumo da minha vida e decidi criar um projeto de todos para todos.
Em 2014 iniciei Cabril Eco Rural, projeto de ecoturismo e desenvolvimento sustentável.
Tem sido uma jornada dura, exigente, com desafios atrás de desafios. Momentos de desilusão e frustração e outros momentos de enormes conquistas e alegrias. A vida é um carrossel.
Em 2016, guiada por mestres e mestras octogenárias, comecei o trabalho de recolha e partilha da Cultura Tradicional de Barroso. Graças a este património natural, cultural e humano, tem-me sido possível aprender a arte e os ofícios ligados ao linho, à lã e ao centeio.
Em 2017 fiz o meu primeiro ciclo de linho e, desde então, tenho a missão de não permitir que o linho desapareça novamente em Barroso.
Em 2019 e 2020 coordenei o projeto "Carrejadas" que trouxe de volta a cultura do centeio em alta montanha.
Em fevereiro de 2020, após várias tentativas, voltei a produzir burel 100% artesanal e 100% feito em Montalegre. Ainda no ano de 2020 consegui o estatuto de artesã e a certificação do meu atelier como unidade de produção artesanal.
Esta tem sido uma longa caminhada, cheia de pedras no caminho, com duros e frios invernos e belas primaveras floridas.
Quem me conhece desde menina sabe que aprendi a aceitar o caminho e a seguir viagem. Aprendi a ser robusta e ganhei endurance. Não o digo com vaidade, mas sim com o desejo de poder encorajar quem me lê, a seguir o seu coração, a acreditar no trabalho feito com brio e rigor, na necessidade de estarmos sempre a aprender e a melhorar, alterando, sempre que necessário, o que for preciso.
Aos que me acompanham, agradeço cada puxão de orelhas, cada ombro e cada mão. Obrigada por me ensinarem a usar as pedras para construir o caminho.
Aos que hei-de conhecer, desejo uma boa viagem até Cabril.
Cá vos espero, a todos, todas e todes.
Paula Oliveira
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